O dia era 29 de abril de 1982! Às véspera de encerrar a greve de fome, que durou quase uma semana, o clima era tenso no Campus da Ininga e também no laboratório de biologia em que dez estudantes de diversos cursos estavam em Greve de Fome. O objetivo era denunciar à sociedade piauiense os ataques à democracia, aos estudantes e à educação pública e obrigar o Reitor a abrir diálogo com o DCE e com a UNE. A greve geral na UFPI que, já se alongava por mais de quinze dias, tinha como bandeira geral a democratização da universidade e, também, reivindicações imediatas: CONTRA O AUMENTO DO BANDEJÃO E CONTRA A LIMITAÇÃO DO NÚMERO DE “CARENTES” com acesso ao Restaurante Universitário, que afetava diretamente os estudantes, em especial, os de baixa renda e os que vinham do interior. A UFPI foi ocupada pela Polícia Militar logo no início do movimento grevista, sob o comando da truculenta oligarquia, quase centenária, igualmente repressiva e subserviente à ditadura militar vigente à época.
Por isso foi tão expressiva a VITÓRIA dos estudantes e dos segmentos progressistas do Piauí naquele momento. Foi o início de um ambiente mais democrático para as lutas populares na UFPI e no Piauí. Ao final da longa greve estudantil, a que mais mobilizou a sociedade piauiense, o preço do bandejão ficou congelado em 025 centavos e com acesso irrestrito a todos os estudantes. Até hoje, o preço do Bandejão é simbólico, e se consolidou a participação dos estudantes e outros segmentos nos órgãos colegiados da UFPI, legado dessa greve histórica, há exatos 39 anos.
Mas a VITÓRIA mais expressiva daquela Greve Geral na UFPI, foi a da Democracia, marco decisivo para a derrocada da velha e nociva oligarquia do Piauí.
“Que vivan los estudientes…”